A dinamização da economia será a chave para muitos problemas sociais
1. Quais são as preocupações climáticas prioritárias para o seu município?
Nos diagnósticos realizados, percebemos alguns riscos climáticos futuros, designadamente a diminuição da precipitação e o aumento da temperatura média anual, acompanhado por frequentes ondas de calor e de condições favoráveis à ocorrência de incêndios mais destrutivos. Prevemos ainda o aumento dos fenómenos extremos, designadamente episódios de precipitação intensa em períodos de tempo mais curtos. Estamos comprometidos com a redução dos riscos climáticos no concelho, através da adoção de um conjunto de políticas e de boas práticas capazes de mudar o atual paradigma comportamental do município e da sua população. As matérias relacionadas com a redução das emissões de CO2 através da adoção de fontes de energia limpas, com a eficiência energética dos edifícios, ou com a boa utilização da água estão no centro das nossas preocupações.
2. Quais os aspetos sociais e económicos do seu município que requerem ou irão requer mais resiliência?
Há vários aspetos que exigirão ao município da Sertã uma enorme resiliência. Uma das grandes ameaças prende-se com o envelhecimento da população, acompanhado pela perda de habitantes – o problema, embora extensível a boa parte do território nacional, tem feito ‘soar os alarmes’ na região da Sertã. Por seu lado, o poder de compra per capita no concelho está abaixo da média nacional e os salários registam a mesma tendência. São dados preocupantes e que colocam em causa não só a fixação de habitantes, como as condições de vida da maioria da população. A dinamização da economia será a chave para muitos destes problemas, através da captação de novos investimentos, criação de emprego, dos apoios à transição digital e energética das empresas, do reforço da aposta no turismo e na cultura, bem como a valorização dos produtos endógenos.
3. Como se transita para um município verdadeiramente digital?
Esse é um dos grandes desafios que se colocam aos municípios. No caso da Sertã, há ainda um longo caminho a percorrer, sobretudo ao nível do tecido empresarial, onde as taxas de penetração dos novos meios digitais ainda são baixas. Também a nível municipal, temos muito a fazer nesta transição para o digital. Acredito que este processo deve ser conduzido de forma concertada, com um importante papel a caber à câmara municipal, mas também ao poder central, através, por exemplo, do reforço das linhas de financiamento. É necessário também um investimento mais forte na disponibilização de meios digitais que possam ser colocados ao serviço da população e do tecido empresarial e social.